R e e n c a r n a ç ã o

2ª - O homem que trabalhou toda a sua vida por melhorar-se virá a ocupar a mesma categoria de outro que se conservou em grau inferior de adiantamento, não por culpa sua, mas porque não teve tempo, nem possibilidade de se tornar melhor? 3ª - Qual o grau de culpa do que praticou o mal, por não ter podido instruir-se? 4ª - Trabalha-se continuamente por esclarecer, moralizar, civilizar os homens. Mas, em contraposição a um que fica esclarecido, milhões de outros morrem todos os dias antes que a luz lhes tenha chegado. Serão tratados como réprobos? 1ª - Se a nossa existência atual é que decidirá a vindoura, quais, na vida futura, as posições respectivas do selvagem e do homem civilizado no tocante à felicidade eterna que lhes caiba? 5ª - E os que morrem na infância, quando ainda não puderam fazer nem o bem, nem o mal? Se vão para o meio dos eleitos, por que esse favor, sem que coisa alguma hajam feito para merecê-lo e por qual privilégio eles se vêem isentos das tribulações da vida?

Admitam-se as existências consecutivas e tudo se explicará conformemente à justiça de Deus. O que se não pôde fazer numa existência faz-se em outra, ninguém escapa à lei do progresso. A cada um segundo o seu merecimento real e ninguém ficará excluído da felicidade suprema a que todos aspiram baseados na lei de causa e efeito.

Não havendo reencarnação, evidentemente, só haveria uma existência corporal. Se a atual existência corpórea fosse única, a alma de cada um seria criada por ocasião do seu nascimento, a menos que se admita a anterioridade da alma, o que seria ela antes do nascimento, o estado em que se encontrava sob forma qualquer já constituiria uma existência. Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo, que, antes de encarnar, só dispõe de faculdades negativas, perguntamos:

1º - Por que a alma humana mostra aptidões tão diversas e muitas vezes independentes das idéias adquiridas através da educação? 2º - Donde vem a aptidão extranormal que muitas crianças em tenra idade revelam, para esta ou aquela arte, ciência ou talentos enquanto outras se conservam inferiores ou medíocres, apesar dos esforços, durante a vida toda? 3º - Por que, abstraindo-se da educação, uns homens são mais adiantados do que outros? 4º - E as idéias inatas ou intuitivas em certas crianças, o instituto precoce que revelam para os vícios ou para as virtudes, os sentimentos de dignidade ou de baixeza, contrastando com o meio em que elas nasceram? 5º - Por que há selvagens e homens civilizados, independentemente da cultura tomada?

Essas questões se multiplicariam ao infinito, pois inúmeros são os problemas psicológicos e morais que só na pluralidade das existências encontram solução, Alguns até afirmam que Deus não seria justo, impondo ao espírito uma volta ao corpo para passar por todas as tribulações novamente. Pensemos; e se Deus não permitisse o direito ao arrependimento e nos condenasse definitivamente ao, seria justo? Muitos repelem a idéia da reencarnação pelo motivo de ela não lhes convir, reconhecendo seu estado de imperfeição por estarem em erro, temem o reencontro do ajuste de contas com os desafetos, como que, se negando a idéia, pudesse mudar a lei de Deus.

A reencarnação é a idéia mais racional de acordo com as leis progressivas do Criador, como ensinam os espíritos no decurso dos últimos tempos. Tratada ainda como dogma sabemos que, em pouco tempo, a ciência, vencendo as barreiras do preconceito e equipando-se adequadamente com a tecnologia adequada, comprovará com certeza a existência do espírito e consequentemente a pluralidade das existências.

A palavra ressuscitar, nessa passagem, tem a nítida conotação de reencarnar e segundo pensavam, Jesus poderia ser qualquer um dos antigos profetas, o que só seria possível pela reencarnação. Por outro lado, como o Mestre não combateu essa idéia, de certa forma, sanciona a crença na reencarnação, pois, se não fosse uma realidade ele a teria negado com certeza para não deixar equívocos a respeito desse assunto.

Uma vez admitida a idéia que João Batista era Elias, Jeremias, ou outro personagem do passado, então se pode afirmar que essa crença era idêntica à «reencarnação» ou «transmigração»

Em Mt. 14:1. Demonstra que Herodes adotou essa teoria: «Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos», essa crença exercia influência nas escolas dos fariseus e muitos a aceitavam como verdadeira, tal qual a metempsicose, a transmigração da alma do homem para os animais e reciprocamente, rejeitada pelos espíritos, de maneira absoluta.

Justiniano considerava-se maior teólogo do que Virgílio, bispo de Roma em sua época, que ainda não era papa, pois só mais tarde é que os bispos da Capital Roma tornavam-se papas. O imperador Justiniano foi também quem convocou o Concílio Ecumênico de Constantinopla (1553), para tratar de supostas doutrinas heréticas nestorianas. 10 anos antes deste Concílio, foi condenada a doutrina de Orígenes, da preexistência da alma o que implicava a condenação da reencarnação, pois esta não existe sem aquela. Mas essa condenação pelo Sínodo de 1543 só teve um valor regional e não universal para toda a Igreja, como acontece num concílio ecumênico. Porém, Justiniano, por influencia de sua mulher Theodora, fez juntar aos cânones do 5º Concílio Ecumênico de Constantinopla os documentos do Sínodo de 1543. Destarte, entendeu-se, erroneamente, que a preexistência e a reencarnação foram condenadas pela Igreja, em conseqüência do que cerca de um milhão de cristãos reencarnacionistas foram mortos no Oriente Médio( “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência” ). Se houve a propalada condenação da reencarnação pela Igreja, é porque esta era parte integrante do Cristianismo Primitivo.

Quando a lei das reencarnações for finalmente compreendida e aceita pela Ciência a Psicologia e a Psicanálise, alcançarão níveis excepcionais de progresso no alívio as mazelas humanas e na evolução do planeta. Memória Extra-Cerebral. Termo técnico usado por cientistas e parapsicólogos para as lembranças espontâneas, referentes a pessoas e fatos existentes ou ocorridas antes do nascimento.

A pesquisa da Memória Extra-Cerebral adentra as universidades. Destaca-se o Dr. Ian Stevenson na Universidade de Virgínia, EUA onde foi professor de Psiquiatria e Psicologia e, mais recentemente, chefe da Divisão de Estudos da Personalidade. A Psychical Research Foundation - Andrade, Hernani Guimarães,- Morte, Renascimento, Evolução, Ed. Pensamento, SP 1987. A R

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